A partir de crônicas interligadas como num almanaque no qual cada mês do ano mostra as relações ecológicas que podem ser observadas em qualquer lagoa do planeta, os comentários do autor partem para outras localidades, como os grandes lagos da África e da América do Norte, os lagos salgados dos Andes, os grandes lagos fluviais da Amazônia e até o mar da Galileia. Nesse passeio ou viagem, Marcos Rodrigues descreve fenômenos da natureza pouco percebidos, quando não inusitados: a floração das árvores mais antigas do mundo, as viagens transcontinentais de aves, a descoberta das tilápias sagradas pescadas pelos apóstolos, as algas sufocadas por bactérias, a formação de cemitérios de conchas, as viagens de alevinos e muito mais. À medida que os meses passam, encontramos exploradores, naturalistas, poetas, cisnes, baobás, capivaras, urubus, ervas “daninhas” e até estranhos seres como as lampreias e os microcrustáceos. Esses encontros vão construir uma curiosa teia de relações entre caminhada, história, contemplação e ecologia.

Marcos Rodrigues é biólogo, mestre em Ecologia pela Unicamp e doutor em Zoologia pela Universidade de Oxford, Inglaterra. Atualmente, é professor da Universidade Federal de Minas Gerais, onde conduz pesquisas na área de comportamento e ecologia animal. É autor de mais de cem artigos científicos e dos livros As aves da ilha de Santa Catarina (Editora da UFSC), O equinócio dos sabiás (Editora UFPR), este premiado como melhor livro de Ciências da Vida pela Associação Brasileira de Editoras Universitárias (Abeu) em 2019, e Um sabiá sujo (Editora da Unicamp), também premiado com menção honrosa pela Abeu em 2021.