Para alcançar a profundidade dos escritos, que desabam com os Abalos na torre de marfim de Jorge Olímpio Bento, é essencial saber prezar a estética do silêncio e apreciar viver para além da mera circunstância de existir. O discurso possante e copiosamente erudito, alindado e alicerçado por notável adjetivação, acorda-nos os sentidos e chama-nos à razão. O texto, compacto, desenrola-se em alertas, com o fito de nos inquietar com o atual niilismo estruturado na absoluta exiguidade de objetivos ideológicos e de valores éticos, aqueles que a sociedade paulatina e sofridamente foi concebendo, ao longo do penoso trilho da humanização.

(Do prefácio de Afonso Pinhão Ferreira) José Olímpio Bento nasceu em 1946, em Bragança, Portugal. É licenciado em Educação Física pelo Instituto Nacional de Educação Física de Portugal (Inef) e doutorou-se em 1982 pela Universidade de Greifswald, Alemanha. Foi presidente do Conselho Científico (1986-1996) e pró-reitor da Universidade do Porto (1995 e 1998), além de presidente do Conselho Superior do Desporto de Portugal (2001-2002).